Fui ao Empire State. Sozinha. A noite. Congelando. E amei. Já tinha ido. De dia. Com sol. Com meu pai. E quase não lembrava de nada a não ser do cheiro de pipoca amanteigada que impregnava a bomboniere do local. E o cheiro não estava mais lá. O prédio está em obras. Eu tenho medo de altura. Imagine subir 86 andares e chegar em um local cheio de fios a mostra. Terror e pânico. Mas eu respirei fundo e me comportei. Aluguei um audio-guide, mania da Carô em Barcelona, e foi bacana para me localizar na paisagem. Puta ventania. Puta cidade iluminada. Quem paga a conta de luz disso aqui, gente? Japoneses enlouquecidos com as câmeras, casais na obrigação de se mostrarem apaixonados (ai Meg Ryan, você, viu?), crianças congeladas e um puto de um argentino que furou todas as filas que ele conseguiu. Na subida e na descida. Vontade louca de trazer o poster original do King Kong da lojinha de souvenirs e os copos decorados que o louco do Untura me pediu. Mas o telefone tocou, eu me desconcentrei e desencanei de trazer qualquer coisa. Art Deco no museu à tarde, art deco na prática à noite.
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