A parada de thanksgiving passou aqui na minha janela. O Bruno acordou com a fanfarra a gente vestiu um casaco correndo e desceu no susto. Os balões são incrivelmente grandes e bem feitos. Os contornos dos personagens são perfeitos. Agora, os personagens... Começou com o Snoopy. Veio Vila Sésamo. Um peixe. Um pirata. Keith Herring, ícone da arte nova iorquina que este ano completa 10 anos de morte. Mas, de repente, eis que desponta lá do horizonte um Ronald MacDonald gigante. Colossal. Invadindo a cidade por entre os arranha-céus. E as criancinhas histéricas: "look, mamma! It's Ronald!" E os pais e mães incentivando: "Who's coming?" E daí foi só pra pior: o coelhinho da Duracell ("the battery guy" segundo os pequenos espectadores de olhar esbugalhado), o carro alegórico do MM's, as estrelas douradas da Macy's, dona da festa. Não é a toa que em pleno feriado de ação de graças um funcionário do Wal Mart de Long Island morreu pisoteado pela multidão que tentava aproveitar as megaofertas. Isso me faz pensar na conversa que eu tive com o zelador do prédio aqui. Ele queria saber o que eu ia fazer no tanksgiving. Eu disse que era brasileira, que a gente não comemorava esta data. Ele, assustado, me perguntou: vocês não acreditam em Deus?
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